domingo, 14 de junho de 2009

A vela e as missas

No quotidiano combate contra os demónios um dia de vela vale, aproximadamente, vinte missas. Imaginem três dias, três, inteiros: um de ida para Cascais; um em Cascais; e o último para Lisboa.

Não disse, no post anterior (não gosto de contar segredos - pelo menos todos de uma vez) que o Henrique é um excelente cozinheiro; e a açorda à moda de Ofir que ele fez - com o "Tal a Roz" em tentações com um dinghy que por lá andava amarrado a uma bóia, em provocadora proximidade - estava magnífica. Foi um árduo dia de vela. Tão árduo que do fundeadouro viemos directamente para a Marina, que isto de comer e falar e beber e falar e comer é esgotante.

À vinda para Lisboa o Armador confiou a embarcação a este agora cronista de bordo. Foi um trajecto normal, com paragem para banhos, motor e muita vela. A tripulação era exclusivamente feminina: Helena, Margarida, Filipa, Paula, Leonor (que já veio num sloop de 43' de Hong Kong para Lisboa) e Ana. O consumo de conversa aumentou um bocadinho, claro. O passeio prolongou-se quase até ao Parque das Nações, antes do regresso à base (a qual meteu um bocadinho de tourada para atracar, que se o cronista é teimoso a nortada e um hélice de 3 pás fixas também são*), no fim de um dia divino.

Com dias assim os demónios não têm chance.

* - A diferença sendo, claro, que a combinação de nortada e hélices não pensa; cronistas teimosos e com o ego ferido não fazem outra coisa. E para quem gosta de "colocar um ovo entre o casco e o pontão" como critério para o sucesso de uma manobra - se o "ovo" se partir a atracação correu mal - uma tourada é ... desculpem-me, faltam-me os termos. O meu vocabulário aceitável para este género de situações é limitado.

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