sábado, 20 de junho de 2009

Baldeação

Hoje foi dia de baldeação de fundos. O "S/Y "TAL A ROZ" agradece: sente-se mais leve, mais desempoeirado. A baldeação está para uma embarcação como um longo duche frio no fim de um dia quente e movimentado para um cronista ciclista: é uma imperiosa mistura de prazer e necessidade (ou como um whisky cheio de gelo no fim de um dia de mar).

domingo, 14 de junho de 2009

A vela e as missas

No quotidiano combate contra os demónios um dia de vela vale, aproximadamente, vinte missas. Imaginem três dias, três, inteiros: um de ida para Cascais; um em Cascais; e o último para Lisboa.

Não disse, no post anterior (não gosto de contar segredos - pelo menos todos de uma vez) que o Henrique é um excelente cozinheiro; e a açorda à moda de Ofir que ele fez - com o "Tal a Roz" em tentações com um dinghy que por lá andava amarrado a uma bóia, em provocadora proximidade - estava magnífica. Foi um árduo dia de vela. Tão árduo que do fundeadouro viemos directamente para a Marina, que isto de comer e falar e beber e falar e comer é esgotante.

À vinda para Lisboa o Armador confiou a embarcação a este agora cronista de bordo. Foi um trajecto normal, com paragem para banhos, motor e muita vela. A tripulação era exclusivamente feminina: Helena, Margarida, Filipa, Paula, Leonor (que já veio num sloop de 43' de Hong Kong para Lisboa) e Ana. O consumo de conversa aumentou um bocadinho, claro. O passeio prolongou-se quase até ao Parque das Nações, antes do regresso à base (a qual meteu um bocadinho de tourada para atracar, que se o cronista é teimoso a nortada e um hélice de 3 pás fixas também são*), no fim de um dia divino.

Com dias assim os demónios não têm chance.

* - A diferença sendo, claro, que a combinação de nortada e hélices não pensa; cronistas teimosos e com o ego ferido não fazem outra coisa. E para quem gosta de "colocar um ovo entre o casco e o pontão" como critério para o sucesso de uma manobra - se o "ovo" se partir a atracação correu mal - uma tourada é ... desculpem-me, faltam-me os termos. O meu vocabulário aceitável para este género de situações é limitado.

Obrigado

Não era preciso, claro. Mas o Armador e Tripulação do S/Y "TAL A ROZ" resolveram dar mais uma prova da sua generosidade - a qual, neste caso (mas só neste caso) roça a inconsciência - e acolheram-me também a bordo deste blog. Isto apesar e depois de me conhecerem, e aceitarem a bordo do bote propriamente dito.

Não vou ser um cronista "náutico" mas vou tentar, de vez em quando, transmitir um pouco do prazer que se tem numa embarcação de vela orientada para o cruzeiro, o lazer, o bem estar.

A pouco e pouco, claro.

Aqui fica o meu obrigado ao Henrique - Armador, Skipper, Amigo e cúmplice - à Clarinha, uma tripulante que vale literalmente por dois, aos Zés e ao António, um grande músico que em breve teremos, espero, oportunidade de ouvir nuns jardins de Cascais.